domingo, 27 de outubro de 2019

Brasil um dos países mais desigual do mundo!

Os números da desigualdade social no Brasil são alarmantes. Segundo a Pesquisa Desigualdade Mundial 2018, 1% da população detém quase 30% da renda do país. Outro dado, este do relatório ‘A distância que nos une – Um retrato das desigualdades brasileiras’, aponta que os 5% mais ricos da população recebem por mês o mesmo que os demais 95% juntos.
Além disso, nessa semana a Oxfam lançou o relatório ‘País Estagnado: um retrato das desigualdades brasileiras’. O estudo apontou que entre 2016 e 2017 a redução da desigualdade de renda no Brasil foi interrompida pela primeira vez nos últimos 15 anos. Entretanto, a estagnação fez o país cair para 9º posição de país mais desigual do planeta no ranking global de desigualdade de renda. Antes, o Brasil estava na 10ª posição.
“O principal valor da democracia de um país é a igualdade social. Sem a igualdade, não há direitos, não há liberdade de escolha, e, portanto, não há democracia. No Brasil, eu ouso dizer que metade da população não vive em liberdade, pois sobrevivem em situações precárias. Falar sobre a realidade da desigualdade do país é realizar uma crítica sobre a forma de como a democracia vem se constituindo no país”, relata Aldo Fornazieri, coordenador do curso de pós-graduação Globalização e Cultura da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).
Diante deste cenário, está a cidade de São Paulo: o principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América do Sul e a cidade mais populosa do Brasil. Entretanto, a megametrópole não foge da dinâmica da desigualdade. Para listar os dados sobre os 96 distritos da capital, a Rede Nossa São Paulo divulgou o Mapa da Desigualdade de 2018 nesta última quarta-feira (28).
“O estudo visa chamar a atenção do poder público para aquelas localidades da cidade onde são necessários um maior valor de investimento público”, diz Américo Sampaio, sociólogo e gestor de projetos da Rede Nossa São Paulo, além de colunista do Observatório do Terceiro Setor.
Os números
Os primeiros dados falam sobre a distribuição da população preta e parda na cidade de São Paulo. O estudo apontou que conforme se sai do centro expandido da metrópole, tal população aumenta de 16% a 30%. Quando se trata das regiões extremo leste, sul e norte, a porcentagem nos distritos é de 40% e 60%. Ou seja, nas periferias da cidade existe uma predominância maior da população preta e parda.
Sobre os Centros Culturais, Casas e Espaços de Cultura, o mapa apontou que enquanto o distrito da Sé possui 3 desses espaços para cada 10 mil habitantes residentes, o Grajaú possui apenas 0,03 de equipamentos culturais nesta modalidade para cada 10 mil habitantes.
Em relação ao tempo de atendimento para uma vaga em creche, os pais que moram no distrito República irão demorar em média 8 dias para conseguir uma vaga, enquanto quem mora na Pedreira irá demorar, em média, 401 dias. Essa distância representa uma desigualdade de 48 vezes maior entre estes distritos.
O mapa também revelou a quantidade de domicílios que estão caracterizados pelo Censo do IBGE, como favelas. Na região de São Paulo, onde se tem uma maior infraestrutura urbana, não se tem a incidência de domicílios caracterizados como favelas. Mas, ao sair do centro expandido, a taxa de favelização, principalmente nas regiões centro-sul e centro-leste, aumenta em 50%.
Quando comparados os dados das favelas com os da distribuição da população negra ou parda na cidade de São Paulo, é notável que as áreas com menor infraestrutura urbana são as que possuem uma maior predominância da população negra.
A taxa de gravidez de adolescência apontou que enquanto no Jardim Paulista tal incidência é de 0,68%, na região de Parelheiros a taxa chega aos 17,06%. Esse dado também tem uma relação com a infraestrutura urbana e revela que os principais índices de gravidez na adolescência estão em territórios em que a população é majoritariamente pobre e negra.
Outro dado alarmante é o que aponta a idade média ao morrer na cidade de São Paulo. Enquanto na região do Jardins, onde a população mais rica vive, as pessoas morrem com a idade média de 81 anos, no distrito da Cidade Tirantes a expectativa de vida é de até 58 anos de idade. Ou seja, é uma diferença de 23 anos de vida.
Para ler o estudo na íntegra, acesse: https://www.cidadessustentaveis.org.br

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